Quando entrou fevereiro, eu achei que ia surtar. Foi final de semestre para mim e, como sempre depois de algum descanso eu fico otimista demais, achando que sou capaz de tudo, decidi fazer quatro disciplinas no segundo semestre do doutorado, todas bem pesadas. Dei o melhor que tinha para dar, mas sentia vontade de chorar …
Autor: Alexandra
Les temps sont durs pour les rêveurs
Contra todos que disseram que janeiro teve 54 dias, o meu durou duas semanas. Minha tese é que o tempo passa diferente para quem faz pós-graduação. Aliás, o tempo, essa coisa que me tortura. Tenho na minha mesa um quadro com uma menina solta no universo, carregando um relógio no lugar da cabeça e cercada …
Do respeito às coisas desimportantes
“Mamãe, você viu meu fóssil?”, disse Aimée, me mostrando os restos de um calango que ela encontrou no nosso quintal. Esse pequeno tesouro, provavelmente um presente deixado pelos nossos gatos, virou uma hora de brincadeira, perguntas, curiosidades. Primeiro foi descoberto o crânio, depois as vértebras e por último a pele. Umas coisinhas diminutas e frágeis, …
Aprender com o caos
Sempre acho o primeiro dia do ano muito amarelo e modorrento. Não sei o que acontece, mas sempre foi assim. Amarelo, modorrento, abafado, entediante, e que piora porque geralmente eu sinto uma dor de cabeça insistente e irritante, talvez pela noite mal dormida, talvez pela bebida, talvez pelo clima de domingo que o dia primeiro …
Ser mãe na pandemia
Pessoas privilegiadas, mesmo sendo privilegiadas, encontram muitas razões para sofrer. Eu me senti assim muitas vezes, alguém com possibilidades, mas sempre sofrendo para fazer escolhas, para aceitar derrotas, aceitar o que não era do jeito que eu queria. E às vezes eu via pessoas com muito menos do que eu, com muitas limitações, e elas …